sábado, 1 de junho de 2013

Uma família da pesada "Velozes e Furiosos 6"


"Velozes e Furiosos 6" oferece uma frenética aventura de violência moderada, focada no tema da amizade

Em 12 anos de franquia, "Velozes e Furiosos" totaliza US$ 1,6 bilhões em arrecadação nas bilheterias de todo o mundo. A quantia posiciona a série entre as mais bem sucedidas de Hollywood. Rentabilidade e sucesso popular são irmãos siameses. É uma relação de troca entre a franquia e o público: os filmes oferecem pura diversão e escapismo, o preço pago pelas grandes plateias para curtir um espetáculo que a desligue da realidade. Eis, portanto, a explicação para a sua longevidade, a qual, ao que parece, não será menos curta.

Vin Diesel e Paul Walker em dois momentos da sexta aventura da série "Velozes e Furiosos": boa performance nas bilheterias mostra vigor da franquia.


"Velozes e Furiosos 6" tem sido, de forma quase unânime, reprovado pela crítica. Às vezes, a crítica centra-se em seu envolvimento com a arte, esquecendo-se de que o cinema também é diversão, e, principalmente, de que também o cinema precisa de filmes desse nível de comunicação com o seu público, a fim de manter a sua gigantesca indústria, a qual, a partir desses sucessos, retira a sua parte para a produção dos chamados "filmes de arte".

"Velozes e Furiosos 6" tem as suas qualidades como típico espetáculo que se paga o ingresso, entra na sala escura, se relaxa e passa a apreciar uma aventura divertida e eivada de absurdos que nada tem a ver com a realidade, mas que agrada em cheio às grandes plateias. E esse absurdo é puramente proposital, pois a intenção do filme não mais é do que divertir. Certamente está aí a química da atração entre filme e público.

Para o ator Vin Diesel, que vive um dos protagonistas, a razão do sucesso da série está nos personagens, oriundos de contextos de exclusão social, o que os identifica com o grande público. Quanto a isso, atente-se para a afirmação do ator: "O que fizemos de original, em termos de Hollywood, de uma grande produção, não de algo independente, mas escancaradamente parte da indústria do cinema americano, foi trazer a credibilidade e o respeito de quem veio do gueto para celebrar personagens vistos como foras-da-lei em um ambiente muitas vezes também percebido pelos de fora da mesma maneira".

Diesel procura justificar isso relembrando as filmagens de "Velozes e Furiosos 5", na favela Dona Marta, no Rio de Janeiro: "Ter sido recebido pelos moradores com aquela festa, com aquela identificação, foi a melhor confirmação de que estamos fazendo algo certo com nossa história, que ela tem o seu lugar no cinema comercial contemporâneo". E arremata: "Não vamos parar tão cedo".




Agilidade

Agilidade é a palavra de ordem de "Velozes e Furiosos 6". É tão corrido e dinâmico, eletrizante para uma definição melhor, que nem se presta atenção ao seu enredo. Qual é mesmo? Puxando a história do filme anterior, o grupo ficou com os US$ 100 milhões e agora, espalhados pelo planeta, cada um leva vida de pacatos cidadãos. Dom Toretto (Diesel) está a salvaguarda nas Ilhas Canárias, em companhia de Brian O´Conner (Paul Walker) e a mulher, Mia (Jordana Brewster), que curtem o recém nascido e a tranquilidade, já que o país não que integra as leis internacionais de extradição de criminosos.

Quando Hobbs (Dwayne Johnson), o agente federal que os persegue e que oferece a oportunidade de anistia caso a "família" capture Owen Shaw (Luke Evans, de "Fúria de Titãs"), um mestre do crime com treinamento militar que tem planos de desestabilizar o mundo. Mas o interesse maior é a chance de Toretto reencontrar a sua amada Letty (Michelle Rodriguez) - que se torna no lado romântico da história.

No entanto, há três detalhes fundamentais nesse enredo: a colocação de que esses "excluídos" formem "uma família", o retorno já citado de Letty, e a morte de alguns dos personagens centrais (iniciando com Gisele, interpretada pela israelense Gal Gadot). Há, ainda, um traidor no grupo, a qual não revelarei, que é uma das surpresas do enredo.

"Velozes e Furiosos 6" é um produto de troca: oferece ao público 2h10 de pura adrenalina e, em troca, o público paga satisfeito o preço estipulado para vê-lo. É um filme-espetáculo - aquilo que costumo chamar de diversão garantida.

Nada de surpreendente, portanto, que o filme, cujo custo foi de US$ 160 milhões, esteja recolhendo, em apenas uma semana de exibição, US$ 327,46 milhões em todo o mundo (US$ 130,8 nos EUA, mais US$ 197 milhões em 59 países, incluindo o Brasil).

Não surpreende, também, a Universal e Vin Diesel (engajado como produtor da série desde o quarto filme, "Desafio em Tóquio", de 2006, que trouxe o diretor taiwanês Justin Lin, 40, para comandar a franquia), estejam iniciando as filmagens de um novo longa de "Velozes e Furiosos" já neste mês de junho.

Com Jason Sthatam assumindo o papel de novo vilão (ele aparece numa cena "extra" ao final do filme), exigência feita pelos fãs da série, a nova produção já se torna uma das grandes atrações do cinema-espetáculo para 2014.

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Mais informações

Velozes e Furiosos 6 (Fast & furious 6, EUA, 2013), de Justin Lin. Com Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez, Luke Evans e Gina Carano. 14 anos. Salas e horários no caderno Zoeira.




DN

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