domingo, 2 de junho de 2013

Palavras ditas, palavras engolidas


A língua é a fronteira do dentro para fora bem aqui aos olhos e na boca da gente. Qual dispositivo genial de produzir espaços nas consciências, a boca satisfaz necessidades sociais, porém o que diz custa o tanto de engolir o que disser. Num procedimento mágico intuitivo, as palavras nascidas num gesto ganham poder de abrir as condições de multiplicar possibilidades, externas quanto internas. Daí o poder estonteante das palavras. Galvanizam multidões. Ampliam os deveres dos seus autores.

Enquanto de boas palavras nasce o alimento que invade a consciência isso produz bons frutos. Quais escadas aos céus, significariam, igualmente, descidas aos subsolos de si próprio rumo das transformações. Por isso, nada que germinam as palavras fica impune, ou sem recompensa que lhe corresponde.
A sabedoria popular resume que antes de dizer, somos senhores das palavras. Depois ditas, somos delas escravos.

Poucos detêm o real conhecimento desse poder infinito das palavras.

Elas habitam a intimidade das coisas e do tempo. Atos são palavras em movimento ao instante dos fenômenos. Os sentimentos sobrevivem cheios de palavras, ditas ou contidas. Tudo possui um nome, o nome é a palavra o que o identifica. As leis da Terra surgem das palavras nas ralações dos grupos sociais.
Moeda, o símbolo da riqueza material, representa o quanto de palavras contém, pois também antes existe nas palavras, presença original dos que a determinaram.

Há estudos de linguística que contam disso, da existência acontecer circundado de um mundo de palavras em movimento ou adormecidas, que guarda semelhança do conceito de Pitágoras de tudo serem números.
Destarte, nós, consciências responsáveis pelas horas presentes na imensa Natureza Mãe, reelaboramos os universos de acordo com o nível das nossas almas, criadores de palavras. Trabalhamos conceitos em nós quais os artífices de monótonas repetições ou das possibilidades criativas, espécies de senhores responsáveis das forjas divinas do Futuro.


Noutras palavras, nelas chegamos aos extremos de nossos sonhos.    


Emerson Monteiro)

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