sexta-feira, 24 de maio de 2013

Juazeiro do Norte-CE: Sesquicentenário de Nascimento da Beata Maria de Araújo sem nenhuma programação

 Cartazes anunciaram recentemente a busca pelos restos mortais dabeata (Foto: Arquivo/Agência Miséria)



Hoje completa 150 anos do nascimento de uma das figuras mais ilustres para a história de Juazeiro do Norte e de grande contribuição dada no fenômeno e fomento das romarias. Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, a beata Maria de Araújo, foi a protagonista dos “milagres de Juazeiro” quando a hóstia consagrada transformou-se em sangue na sua boca por cerca de 100 vezes. A data foi completamente ignorada pelo poder público e a Igreja.

Hoje pela manhã, apenas uma missa foi celebrada na Capela do Socorro em sufrágio da sua alma. Trata-se de uma mulher que sequer teve direito a um tumulo, pois seus restos mortais sumiram. Em vida, foi enclausurada na Casa de Caridade do Crato e espancada como punição dada para desmentir a ocorrência de milagres. Apesar das controvérsias, a maior parte do que se escreveu sobre a religiosa data o seu nascimento como em 24 de maio de 1863. Alguns poucos citam 1862.

Menos ainda, 1864 sem se falar na mudança do dia em alguns casos para 23 de maio. No ano passado, os Correios prestaram homenagens à beata colocando uma placa na entrada da agência na qual cita 24 de maio de 1863 e foi descerrada na presença de muitos historiadores e pesquisadores. Teria sido naquele prédio da Rua Santa Luzia em frente à Caixa Econômica Federal que Maria de Araújo nasceu. Uma das poucas homenagens á beata em Juazeiro é com seu nome na rua entre o Romeirão e o quartel do 2º BPM. Mesmo assim, costumeiramente, esta é chamada “rua dos motéis”.

No ano passado, a direção dos Correios prestou homenagem à beata com uma placa na entrada da agência que funciona na casa onde a religiosa nasceu (Foto: Arquivo/Agência Miséria)



Recentemente, Juazeiro amanheceu repleta de grandes cartazes com uma imagem da Beata Maria de Araújo derramando sangue pela boca. Acima, o apelo Procura-se e, abaixo, seu nome completo. Além disso, a informação que a mesma encontra-se desaparecida desde o dia 22 de Outubro de 1930. Naquela data, o túmulo da beata na Capela do Socorro foi destruído. A ordem teria partido do então vigário Monsenhor Alves de Lima para satisfazer o bispo do Crato, dom Quintino Oliveira.


 Detalhes da Capela do Museu Vivo com as imagens de Padre Cícero e da Beata Maria de Araújo lado a lado (Foto: Arquivo/Agência Miséria)



O Padre Cícero ficou muito abalado ao saber que os restos mortais da religiosa tinham desaparecido. Não existe qualquer indicativo sobre a autoria dos cartazes recém-colados em Juazeiro e nem alusão de que o corpo da beata fora exumado após a violação do seu túmulo há mais de oito décadas. A primeira das mais de 100 aparições do fenômeno da hóstia ensangüentada aconteceu no dia 1º de março de 1889 quando tinha apenas 26 anos.


Foi durante missa celebrada pelo Padre Cícero, na primeira sexta-feira da Quaresma. Ao dar a Santa Comunhão à jovem, esta se transformou em sangue. No dia 19 de agosto de 1889 ocorreu a consagração total da Beata à Nossa Senhora, sob orientação do seu diretor espiritual Padre Cícero, em cerimônia restrita na capela do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz. No dia 19 de julho de 1891 veio a determinação do bispo do Ceará, dom Joaquim Vieira, ao Padre Cícero e demais sacerdotes que tinham visto a hóstia ensangüentada para negarem ser um milagre divino. A beata morreu no dia 17 de janeiro de 1914 em Juazeiro.





MISÉRIA

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