Promotores dizem que o esquema de desvio de recursos atinge vários Municípios do Ceará e até de outros Estados
Os promotores de Justiça que auxiliaram a Procuradoria do Crimes Contra a Administração Pública (Procap) concederam entrevista coletiva, na manhã de ontem, na Escola Superior do Ministério Público (Esmp), para falar sobre a ´Operação Vil Metal´, desencadeada na manhã da última terça-feira, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O coordenador da Procap, promotor Maurício Carneiro, disse que o Ministério Público Estadual (MPE), desde a elucidação do "escândalo dos banheiros", descobriu que a empresa envolvida no caso, a ´Dimetal Construções e Serviços Limitada´, continuou agindo criminosamente em outras cidades cearense e até fora do Ceará.
Em entrevista coletiva, na manhã de ontem, os promotores de Justiça deram detalhes da investigação que apontou a ação de um esquema criminoso que fraudava licitações em cidades do Ceará. Vinte e cinco pessoas estão presas FOTO: ALEX COSTA
Já o promotor Luiz Alcântara informou que a ´Dimetal´ está registrada em nome de dois serventes de pedreiro, que nunca receberam um centavo, nem tiveram dinheiro depositados nas suas contas bancárias.
Somente no cartório de Messejana, foram assinadas 19 procurações públicas, dando aos membros da quadrilha poderes para fazer movimentação financeira, participar de processos licitatórios e firmar contratos de serviços com prefeituras de vários Municípios do Interior do Estado do Ceará.
Nomes
Além de São Gonçalo do Amarante, ex-administradores de outros 23 Municípios estão sob investigação. Alcântara preferiu não citar os nomes das demais cidades, já que as investigações ainda estão se desenrolando.
Conforme o Ministério Público, esquema criminoso que desviava verbas públicas através de fraudes licitatórias passou a ser descoberto a partir do momento que em que ficou constatado que a empresa não tinha nenhum servidor e vencia todos processos de licitação para oferecer serviços à Prefeitura de São Gonçalo do Amarante.
Operação
Na semana passada, o MP decidiu encaminhar à Justiça o pedido de prisão os implicados no caso. Na terça-feira, já com as ordens judiciais nas mãos, os promotores e a Polícia Civil desencadearam a operação.
Dos 28 mandados de prisão expedidos, 25 foram cumpridos. Entre os presos está o ex-prefeito de São Gonçalo, Walter Ramos de Araújo Júnior. Ele e alguns ex-secretários e ex-assessores estão com prisões temporárias decretadas. Os advogados dos acusados considerados foragidos ficaram de apresentar os clientes antes do fim desta semana.
Além da ´Dimetal´, mais sete empresas estão sob investigação. O promotor Alcântara salientou que as investigações envolvem as gestões municipais anteriores às que assumiram o poder neste ano. Ele achou por bem não citar os nomes da cidades investigadas, tendo em vista que ainda não ficou comprovado que os prefeitos sabiam dos esquemas criminosos. "Isso é perfeitamente possível", destacou, acrescentando que foi decretado o sequestros dos bens móveis e imóveis dos envolvidos.
O diretor operacional da Polícia Civil, delegado Harley Alencar salientou que a instituição participou da operação com 200 policiais e 40 viaturas e participou ativamente da investigação.
DN
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