sexta-feira, 3 de maio de 2013

Deputados repercutem denúncias de falta de repasse do programa Leite Fome Zero

Pelo menos 1.254 poços perfurados foram tampados no Ceará e 40 mil famílias estão prejudicadas por não receberem o leite diário do programa “Leite Fome Zero”. As denúncias publicadas na manchete de capa do Diário do Nordeste, no último domingo, geraram indignação nos deputados da Assembleia Legislativa na manhã de ontem. O relator da comissão especial de acompanhamento da seca, Welington Landim (PSB), voltou a fazer duras críticas ao Governo Federal e cobrou mais empenho com a população do semiárido cearense. 

 De acordo com o artigo publicado, ainda que haja o compromisso de instalação de 600 novos poços, as máquinas necessárias para este tipo de serviço, as perfuratrizes, não existem no mercado brasileiro para pronta entrega. 

Ainda que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) afirme ter a garantia dos recursos liberados pelo Ministério da Integração Nacional para comprar 20 máquinas e distribuí-las pelo Nordeste, isso somente acontecerá em 2014, correndo, inclusive, o risco destes novos poços serem também fechados. “Enquanto estamos aqui no dia a dia da Assembleia, brigando para perfurar novos poços profundos, você avalia que tem mais de mil poços que foram cavados e foram lacrados no Ceará”, afirmou o pessebista.

 Landim lembrou ainda que as pessoas, principalmente no Interior, estão passando fome, contrariando o discurso do Governo Federal, que afirma que não haverá invasões por conta de programas sociais que garantem alimento para as pessoas. No entanto, ressaltando o artigo do Diário do Nordeste, as pessoas que dependem do leite só recebem três dias na semana e são famílias inseridas no programa Minha Casa, Minha Vida. 

O deputado reclamou que foram prometidas 30 toneladas de milho por mês ao Estado do Ceará, mas, até agora, só 24 mil toneladas chegaram nos últimos meses. O democrata Idemar Citó salientou que o milho não vem de graça e que o agricultor faz o pagamento do alimento. Ele reclamou a demora para que o produto chegue ao Ceará e lembrou que, em dezembro do ano passado, já havia sugerido que o milho fosse trazido pelo exército.

 “Ela (presidente Dilma) não tem interesse com os problemas do Ceará. Mas quando for nas eleições, você vai ver como é o tratamento com os cearenses”, disparou. 

 O deputado Ely Aguiar, por sua vez, fez um histórico sobre o trabalho do Dnocs nos últimos anos, mas ressaltou que, hoje, o equipamento não está tendo o mesmo empenho que tinha no passado para tratar do assunto da seca. De acordo com ele, a bancada federal nordestina é “forte para apoiar o Governo”, mas não estão fazendo nada em relação ao Dnocs ou à estiagem. Eliane Novais solicitou que a bancada cearense se reúna para reestruturação do órgão e defendeu que ele não deixe a sede em Fortaleza. Para Mirian Sobreira (PSB), as ações emergenciais não chegaram ao Ceará em mais de um ano de problema com a estiagem. 

“Não sei mais o que a gente tem que fazer, porque está com um mês que a presidente disse que viria o milho que até hoje não chegou”, reclamou. 

 Ely Aguiar reforçou as cobranças ao Dnocs, visto que o problema da seca é permanente na região. “Quantos açudes foram construídos no Ceará nos últimos dez anos? Que eu saiba, nenhum”, criticou, afirmando que o Governo do Estado é quem está fazendo isso. “A gente fica se perguntando dessa omissão dos nossos federais”, disparou.






Política DN

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