sábado, 25 de maio de 2013

Aumentam casos de doença transmitida por gato no RJ

De acordo com médicos, o paciente com sintomas da esporotricose deve procurar um posto médico e iniciar o tratamento nas unidades que oferecem esse tipo de tratamento. FOTO: Marília Camelo.


Agente causador é o fungo 'Sporothrix schenckii', transmitido devidoà falta de assistência veterinária
O Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou que, nos últimos 15 anos, 4 mil pessoas contraíram no Estado do Rio de Janeiro a esporotricose, doença transmitida por gatos, que causa feridas na pele que não cicatrizam. Elas foram tratadas na instituição. As informações são da Agência Brasil.
A maioria dos casos é de moradores de municípios da Baixada Fluminense e, mais recentemente tem acometido pessoas da zona oeste do Rio. Classicamente, a doença, também conhecida como doença do jardineiro, é adquirida por meio de materiais contaminados e atinge principalmente jardineiros, agricultores e floristas.
De acordo com o médico Antonio Carlos Francesconi-do-Valle, pesquisador da Fiocruz, a doençajá foi considerada rara no Estado, mas nos últimos anos o Ipec constatou um número alto de gatos contaminados.
"A equipe do Ipec verificou que cerca de 85% dos pacientes não contraíram a doença pela forma clássica e, sim, por meio de mordidas, arranhões ou outros contatos com gatos doentes. O dado chama a atenção, porque durante muito tempo a esporotricose felina foi considerada rara. Porém, nos últimos sete anos, foram diagnosticados no Ipec mais de 1.500 gatos com esporotricoseprovenientes do Rio".
"Gatos não são os grandes vilões", afirma pesquisador
"A doença pode pegar em humanos por meio de contato com animais ou pelo solo contaminado. Para ser contaminado precisa ter um agravo, seja um furo ou uma arranhadura na pele. O paciente diagnosticado precisa tomar um medicamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde [SUS] e se submeter a um tratamento de, no mínimo, três meses", disse Francesconi.
Para o pesquisador, as lesões causadas pela doença, dependendo da área do corpo, deixam a pessoa com a autoestima baixa, pois "os nódulos aparentes são feios, parecidos com um tecido cicatricial". Segundo ele, a lesão na pele começa como um pequeno caroço avermelhado, que, com o passar do tempo, fica mole, libera uma secreção purulenta e se transforma em uma ferida. A ferida, que quase sempre aparece nas mãos, braços ou pernas, pode originar outras, em uma espécie de rastro a partir da lesão inicial.
Nos pacientes atendidos no Ipec, de acordo Francesconi, têm sido observadas manifestações raras de esporotricose, como feridas com múltiplas localizações, inclusive com vários trajetos, e lesões nas mucosas da boca, do nariz e dos olhos.



DN

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